quinta-feira, 15 de março de 2007

Brincadeira e Conhecimento de Mundo

Brincar, todo professor sabe, é essencial para a meninada. Mas em projetos de conhecimento de mundo o faz- de-conta tem uma função ainda mais importante. É na hora do jogo que a criança organiza internamente as informações transmitidas pela escola - novos conhecimentos que, muitas vezes, só são "processados" de fato quando mescladas ao repertório prévio sobre o assunto. "O conhecimento muda a forma de brincar, qualitativa e quantitativamente", diz a psicóloga Marilene Lima. "Encenações, danças e diálogos ficam mais complexos." Ela ressalta a importância de a professora observar esses momentos e anotar progressos e dificuldades. "Os pequenos não precisam saber que a brincadeira é séria. O professor, sim."











Textos diferentes
Diversificar o repertório de contos ajuda a despertar o interesse por outras culturas. Além dos contos de fadas, há histórias tradicionais brasileiras e de povos distantes. Conheça aqui três delas, que podem dar origem a novas pesquisas em textos e vídeos informativos.




Abdu, o Cego e o Crocodilo (em Contos e Lendas da África, Yves Pinguilly, 256 págs., Cia. das Letras, tel. [11] 3707-3500, 27,50 reais). Original do povo uolofs, do Senegal, o conto traz a história de um menino trapaceiro que leva uma lição de um cego, que o faz ver que a malícia tem conseqüências.





A Preguiçosa (em Contos Chineses, Bárbara Soares e Thereza Stummer, 232 págs., Ed. Paulus, tel. [11] 3789-4000, 56,50 reais). Mostra, com base no cotidiano de uma moça, as relações familiares, os hábitos domésticos e o papel da mulher na tradição chinesa.




A África, Meu Pequeno Chaka (Marie Sellier, 48 págs., Cia. das Letras, 27,50 reais). Vovô Dembo conta a seu neto as belezas de seu continente. Traz também uma leitura do mapa da África e a explicação de uma série de símbolos.


CONTOS E LENDAS AFRO-BRASILEIRAS - A CRIAÇÃO DO MUNDO (Reginaldo Prandi, 224 p., Cia das Letras, R$ 28,00). Adetutu, uma jovem mãe africana, é aprisionada por caçadores de escravos e transportada ao Brasil em um navio negreiro. Durante a viagem, ela sonha com a criação do mundo pelos orixás, deuses de seu povo. Em seu sonho ela torce para Oxalá realizar sua missão com sucesso, ganha a cumplicidade de Exu, vibra com a atuação de Xangô, emociona-se com Iemanjá. Numa sacolinha de segredos que leva pendurada no pescoço, Adetutu guarda pequenas lembranças com que os orixás a presenteiam. Segredos que serão usados trinta anos depois, já no Brasil. Os contos e lendas mostrados em seus sonhos fazem parte do patrimônio mitológico iorubá que o Brasil herdou da África e que aqui se preservou ao longo de mais de um século, contado de boca em boca, transmitido de geração a geração. E que hoje é parte constitutiva da nossa cultura.

Consultoria: Marilene Lima, psicóloga e coordenadora do Programa Edukaleidos, em São Paulo.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde! Sou professora e gostaria de saber se podem me indicar algum material que possa usar com as crianças de 6 anos. Grata, Érica, SP, erica_sgomes@yahoo.com.br